Cinco séries que deveriam chamar mais atenção

De Rafael Nóia, direto da cama, da chuva e da fazenda




E daí você tá ali em casa, navegando no Facebook e vendo seus amigos falando sobre aquelas séries manjadas de sempre - Big Bang Theory, How I Met Your Mother, Grey's Anatomy, e todos aqueles nomes que você acha um saco - e você fica se perguntando "sério que é só isso que existe na TV?" Bem. não mais! O Mídia ao Sugo traz pra você 5 opções de séries que quase não são conhecidas por aqui, pra você, além de se divertir, poder ficar pagando de hipster pros amiguinhos.


Metal Hurlant Chronicles




Esse é talvez um dos seriados não-conhecidos mais aguardados por fãs de quadrinhos em todo mundo. Metal Hurlant Chronicles nada mais é do que uma adaptação dos extraordinários quadrinhos franceses Métal Hurlant, que aqui no Brasil ficou conhecido como a série Heavy Metal. Apesar de normalmente ser lembrado pela extrema violência e pelo nudismo explícito de suas páginas, a revista – que teve sua primeira edição americana em 1977 – é uma das melhores publicações de ficção científica e fantasia existentes, e teve seus artistas considerados como os maiores nomes do novo movimento surrealista. Isso ajudou-a muito a  adquirir um status cult – apesar dos robôs gigantes, lutas de espadas entre bárbaras peitudas com pouca roupa e palavrões ditos por motoqueiros ciborgues vestidos de cowboy – e, entre os muitos personagens apresentados por ela, podemos destacar a aventureira espacial com tendências ninfomaníacas Barbarella – apesar de não ter nascido nas páginas da revista, apareceu várias vezes por lá. Assim como os quadrinhos que o inspirou, o seriado não possui uma linha de história única, mas sim várias histórias independentes – e em mundos diferentes – que são debilmente ligadas por um acontecimento – um meteoro que passa por esses mundos no momento da narração. A série é uma produção belgo-francesa, e estreou no canal France 4 em 27 de outubro de 2012. Apesar de não ser nenhuma superprodução – é nítido que os idealizadores não tinham muito dinheiro para investir naquilo – ao menos não falta bom senso, escolhendo boas histórias que não necessitem de tantos efeitos especiais para serem produzidas – e sempre com um final irônico, marca que sempre fez os leitores mais sádicos de Heavy Metal darem risada, ainda que tudo fosse uma grande tragédia. Apesar dos parcos recursos financeiros, a série conta com um cast de primeira linha de atores de filmes ruins, entre eles Michael Jai White (conhecido pelos papéis de Al Simmons no Spawn de 1997 e ter encarnado o Jax na série para internet Mortal Kombat: Legacy), Kelly Brook (a Danni Arslow do magnífico Piranha 3D, remake do clássico de 1978), Scott Adkins (artista marcial que fez ponta em vários filmes de ação, entre eles, Mercenários 2, O Medalhão e Ultimato Bourne, além de ter sido uma das estrelas de Pit Fighter), David Belle (conhecido por ter sido o criador do parkour e estrela dos filmes da série Distrito 13) e Rutger Hauer (que tem muitos trabalhos realmente bons, mas será lembrado aqui por ter sido o primeiro vilão da série Buffy: A Caça Vampiros). Se você é um fã de histórias sádicas e não daqueles chatos que acha que um bom seriado tem que ser uma super-produção com atores famosos, milhões gastos e muita propaganda em cima, vá atrás de Metal Hurlant Chronicles. E se não for desses, também dê uma olha nessa série, que é uma das melhores coisas que os franceses fizeram nesses últimos anos. Um must see total.





Justified





É injustificável que esse seriado não receba a devida atenção da mídia. Justified é, de longe, a melhor série policial da TV – e coloco nesse bolo todas as milhões de versões de Law & Order e CSI. Justified é, basicamente, um western moderno – e não nos moldes dos intragáveis Longmire e Vegas, mas apenas comparável a duas obras-primas cinematográficas: Onde Os Fracos Não Tem Vez e Gran Torino. A série conta a história de Raylan Givens, um marshall (um agente da polícia federal, responsável por combater crimes como tráfico de drogas; maiores detalhes assista o filme U.S. Marshalls – Os Federais) que, após matar um grande chefe do tráfico em Miami, se vê obrigado a voltar para sua cidade natal, Harlan – uma cidadezinha no meio do nada no interior do Kentucky, dominada por traficantes e criminosos da pior estirpe, onde os métodos de cowboy e o dedo rápido no gatilho de Raylan se fazem bastante úteis. A série mostra não apenas o agente bonzinho prendendo criminosos, mas a vida conturbada desse em especial, que cresceu na família de uns dos maiores trapaceiros da região e hoje está do lado da lei. Ela também não peca ao mostrar os policiais locais como bonzinhos – praticamente todos estão envolvidos de algum modo com o crime, mas nem por isso devem ser combatidos, já que aquele é o oeste e, como todos sabemos, lá a lei é pura questão de interpretação. Esse clima de velho oeste é extremamente natural e bem feito – ao invés daquela coisa forçada artificial que estamos acostumados a ver na TV – pois a série é baseada nas obras de Elmore Leonard – um dos maiores escritores de westerns dos EUA, responsável por clássicos do gênero como Mr. Majestyk (Desafiando o Assassino, estrelado por Charles Bronson) e Valdez is Coming (Quando os Bravos se Encontram, estrelado por Burt Lancaster). Para os fãs de videogame, Justified é tudo aquilo que Call of Juarez: The Cartel prometeu e não conseguiu cumprir: um verdadeiro western com cenário contemporâneo. Soma-se a isso atuações impecáveis de grandes atores, como Timothy Olyphant (no papel de Raylan Givens, também conhecido por ter interpretado o Agente 47 no filme de Hitman) e Walton Goggins (que, no papel de Boyd Crowder, faz o que talvez seja a melhor interpretação de sua carreira). A série estreou pela FX em 16 de março de 2010, e já está indo para sua quarta temporada; aqui no Brasil, ela é transmitida pelo canal Space. Apesar de ser sucesso de crítica e ter recebido vários prêmios, por algum motivo absurdo ela não é assim tão conhecida por aqui. Então, se você gosta de western e bons dramas policiais, é injustificável que ainda não seja um fã de Justified.






Transporter: The Series



Parem todas as prensas! Essa é o tipo de série que a gente só sabe que precisava existir depois que existe. Basicamente, Transporter: The Series é um seriado do filme Transporter (conhecido no Brasil como Carga Explosiva), o título que ajudou a colocar Jason Statham como um dos grandes nomes do cinema de ação. Mais do que um seriado baseado no filme, Transporter: The Series é um seriado DO filme, o que torna tudo mais genial. O personagem principal continua sendo Frank Martin (dessa vez interpretado por Chris Vance, o James Whistler de Prison Break), um ex-agente de Forças Especiais (mas que nunca revela de qual país) que cansou dessa vida e resolveu virar um motorista particular que vive sob três regras (as quais ele sempre quebra): nunca mude o contrato; nunca abra o pacote; não diga nomes. A série gira em torno das aventuras do motorista enquanto cumpre seus contratos – que sempre consistem em levar alguma coisa do ponto A ao ponto B, mas que nunca são tão fáceis quanto isso possa parecer. Ela ainda se utiliza de outros elementos do filme, como o fato de Frank só dirigir Audis – uma característica que foi iniciada a partir do segundo filme – e o uso do ator francês François Berléand no papel do Inspetor Tarconi – papel esse que ele possui desde o primeiro filme da série. Fruto de um trabalho conjunto de quatro redes de TV em países diferentes, a série estreou primeiramente pela alemã RTL em 11 de outubro de 2012, seguida pela M6 francesa em 6 de dezembro, e pela HBO Canadá em 04 de janeiro desse ano. A estreia nos EUA se dará apenas em 21 de junho, e não há nenhuma previsão de quando chega ao Brasil. Apesar disso, não é tão difícil assim achá-la na internet, e existem até mesmo alguns episódios já com a legenda em português. Se você é fã dos filmes, assista essa série que não irá se arrepender.






Hell on Wheels




Enquanto se cria muita expectativa pela estreia de Hatfields & McCoys, muita gente esquece – ou desconhece – que já existe outra série do gênero na TV. Ao contrário de Justified, Hell on Wheels é o bom e velho western - old western, real western. A série foca na construção pela Union Pacific da primeira estrada de ferro que atravessa os EUA, de leste a oeste, em toda sua extensão, estrada essa conhecida por seus trabalhadores como “Hell on Wheels” (“Inferno sobre rodas”, em tradução livre). Passada durante o ano de 1865 – logo depois do fim da Guerra da Secessão – conta como protagonistas Cullen Bohannon, um ex-soldado Confederado e dono de escravos (interpretado por Anson Mount, mais conhecido por ter feito o par romântico de Britney Spears no filme Crossroads – Amigas Para Sempre), e Elam Ferguson, um mulato ganancioso que deseja poder e respeito acima de tudo (interpretado por Lonnie Rashid Lynn Jr. – nome artístico Common – que é rapper, modelo, ator, poeta e estilista – ou seja, tudo aquilo que alguém sem muitos talentos e que a mãe chama de “artista” tenta ser. A carreira de estilista dele merece destaque, já quem em 2008 lançou uma linha de roupas em parceria com – pasmem! - a Microsoft (????), a qual chamou de – por favor, sentem-se para não cair da cadeira – Softwear. Depois ficam tentando me convencer de que fazer piadas ruins não da futuro). A série estreou em 2011 pelo canal AMC (no Brasil, é transmitida pela HBO) e, como todo bom western, possui muitos tiroteios, brigas com faca, escalpos sendo arrancados, índios andando a cavalo e atirando flechas, prostitutas com muita roupa mas que ainda conseguem ser sexys, escapadas para o México, trens e um norueguês. Agora, se você não entendeu como o norueguês se encaixa nisso tudo, vá ver a série.






Sherlock




Esqueçam Elementary, The Mentalist, Copper, Monk e tantas outras tentativas bizarras de se plagiar o maior detetive de todos os tempos; Sherlock é o seriado definitivo para os fãs de Sherlock Holmes. Sherlock não é apenas “baseado” nas obras de Conan Doyle, mas é a própria; cada episódio conta a história de um dos livros do escritor inglês, adaptadas para fazerem sentido na Londres do século XXI. E, diga-se, muito bem adaptadas. Não só as histórias não perderam a essência das originais, como seus personagens também as conservam: Martin Freeman (o Arthur Dent de O Guia do Mochileiro das Galáxias e Bilbo Baggins de O Hobbit) é o Dr. John Watson, médico aposentado pelo exército e cheio de traumas adquiridos durante os anos que passou no Afeganistão, enquanto Benedict Cumberbatch (o Necromante e o Smaug de O Hobbit) traz a melhor caracterização do detetive para as telas – ao invés daquela imagem de lorde que estamos acostumados a ver atribuídas à Sherlock, Cumberbatch nos apresenta um personagem brilhante mas cheio de problemas – tando sociais quanto emocionais – e que está longe de ser alguém rico ou mesmo estável – apegado à excentricidades que tornam o personagem mais próximo ao Sherlock Holmes da literatura, num rebuscamento iniciado pela dupla Guy Richie-Robert Downey Jr. em Sherlock Holmes e que desde então vem sendo utilizado em todas as “novas faces” do detetive. Produzida pela BBC em 2010, a série possui duas temporadas de três episódios cada, e mais três deverão ser produzidos a partir de março desse ano. Se você é um fã do detetive ou de séries como The Mentalist, Psych e House, é imprescindível que se assista Sherlock. Depois não venham me falar que eu não avisei.




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3 comentários:

  1. Finalmente alguém falando de Sherlock!! Muito boa essa série e sem comentários para a atuação de Benedict. Mas parece que a volta da série foi adiada pra 2014 :(

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    1. O que dá pra entender, já que tanto o Martin quanto o Benedict devem estar com as agendas lotadas por causa das filmagens do Hobbit. Mas é uma pena ter que esperar mais um ano pelos próximos episódios :(

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  2. Impossível de perder o segundo episódio da nova série de comédia da HBO, os primeiros avanços de Vice Principals são exepcionais, igual que não poder negar que a participação de Danny McBride e Walton Goggins, juntos é estremamente barulhenta, já que são atores muito peculiares e de bom físico. Não acham? Enfim, a serie gira em torno da feroz e louca rivalidade que é estabelecida numa escola norteamericana entre os sub-directores da mesma.Eu recomendo, parece ser uma boa proposta.

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