Manifesto Mídia ao Sugo


Você olha o título desse blog e se pergunta: “Mídia ao Sugo? Que que é isso? É de comer?”

Não. Não é. E isso é uma pena, até porque, na condição de estudante universitário gordo, eu estou sempre com fome.

Mas vamos parar de falar de minha pança sexy e voltar ao que (não) interessa.

Basicamente, a proposta desse blog é ir contra tudo aquilo que as pessoas – ou a grande maioria delas – que fazem faculdade de jornalismo – o que é o caso de todos os fundadores deste espaço – acreditam: que a Indústria Cultural matou (ou está matando, depende do quão otimista ou inocente, ou até ignorante mesmo, e que só tá repetindo discurso que algum professor falou em sala de aula quando ela tava cochilando e, como o cara parecia saber das coisas, resolveu que ele só podia estar certo) a verdadeira “alta cultura”; ou todas aquelas baboseiras que o Adorno morreu falando e o Benjamin se consertou no final do texto porque percebeu que tava falando mesmo besteira, mas, como ficou bem escrito e bonitinho, achou que valia uma publicação daquele jeito mesmo.

Me desculpem os defensores – aliás, desculpem nada! Se vocês se sentirem ofendidos, #chatiados, enjoadinhos ou com vontade de vomitar com qualquer das colocações feitas aqui, vai xingar no Twitter, ou fazer um protesto no Instagram, ou...mas, ops! Essas coisas são todos produtos secundários da indústria cultural né? – das teorias elitistas de cultura criadas nos séculos XVIII e XIX, mas, meus caros – e mesmo meu baratinhos – essas teorias já não fazem mais sentido nenhum no mundo de hoje! Podemos até falar em alta costura, mas não mais em alta cultura. Simplesmente não faz sentido. Primeiro, porque essa definição foi criada numa época em que apenas as elites tinham acesso a cultura – seja ela na forma de literatura, teatro, óperas ou o que fosse – o “alta” do nome sendo um reflexo direto da “alta” sociedade que estava acostumada a consumi-la. Hoje essa diferenciação não existe – alta e baixa sociedade consomem igualmente o mesmo lixo cultural todos os dias. Querendo ou não. Ao contrário de quando todas essas teorias separatistas foram criadas, não mais conseguimos viver isolados desse novo modo de fazer cultura. A não ser que se tenha nascido e passe toda a vida em uma caverna no meio de uma mata perdida e deserta e ainda não descoberta pelo homem, com nada além de uma estante com uma coleção completa das grandes obras dos “imortais” da cultura, você terá nascido em meio a um mundo que te enfia goela abaixo BBB, Latino e Domingão do Faustão. E, por mais que você esperneie e queira insistir que não, é esse lixo cultural que influencia diretamente a sua percepção de mundo – afinal, você não conhece nenhum mundo em que essas coisas não existam para conseguir dizer que , certamente, essa cultura da ““““““falta de cultura”””””” não o influencia em nada.

Mas, como dizem por aí, no lixo podemos achar o luxo. A Carminha taí pra não me deixar mentir. E é essa a proposto desse blog: achar o luxo no lixo.

Por que você deve ver o novo filme do 007? Por que o Chuck Norris é supervalorizado e o Steven Seagal, até mais do que ele, não pode ser deixado de lado? Por que os super-heróis podem ser base para profundos estudos sociológicos? É isso e muito mais que nós defendemos aqui.

Filme novo do Lars Von Trier? Novo álbum da Fiona Apple? O lançamento da 364a edição d'Os Lusíadas? Lugar errado, cai fora! Você não é nada bem vindo aqui.

Aqui não vamos falar de nada com frufrus, sotaque francês e legiões de baba-ovos acadêmicos por trás. Aqui é Van Damme, BBB, Crepúsculo, 50 Tons de Cinza e Programa Sílvio Santos.

O que interessa é a estética do lixo.

Porque isso sim é que é luxo.

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